O Registo Português de Artroplastias (RPA) é uma base de dados com o foco da informação centrado nos implantes utilizados para repor a funcionalidade duma articulação, e destinada a monitorizar o seu desempenho ao longo dos anos.
Funciona armazenando informação sobre todas as Próteses que são implantadas: que tipo, marca, modelo e fabricante; em que doentes, com que tipo de doenças e em que condições; por qual equipa cirúrgica e com que técnica; em qual Hospital. Do mesmo modo são registadas todas as Revisões em que é necessário substituir a prótese no seu todo ou em parte (ou mesmo simples Reoperações em que se não remove qualquer componente): o que é que foi feito e/ou removido e porquê; como se encontrava o implante removido e em que condições estava a articulação donde foi removido; que tipo de intervenção foi realizada ao doente, em que condições físicas se encontrava; que novos materiais lhe foram reimplantados.
E tudo duma forma perfeitamente anónima, sem recolher qualquer elemento identificativo. Quem tratar electronicamente os dados não terá nunca a possibilidade de os relacionar com quer que seja.
Servirá fundamentalmente para identificar as próteses com melhor desempenho, e a melhor técnica cirúrgica e quais as que mais falham e porquê, constituindo quanto a este aspecto um eficaz sistema de alerta precoce.
Sendo assim o primeiro beneficiário do Registo será em primeiro lugar e acima de tudo, o próprio doente que irá ver melhorada a Qualidade do tratamento, na medida em que o cirurgião naturalmente se orientará para as próteses com evidência de melhor desempenho e para a técnica cirúrgica que provar ser mais eficaz ou adequada.
Acessoriamente porém todos poderão beneficiar.
A começar pelo próprio cirurgião que passará a dispor duma poderosa ferramenta de investigação clínica para os seus trabalhos científicos e apresentações.
Do mesmo modo os responsáveis e Directores de Serviço passarão a saber com exactidão o que faz, como faz, quem faz e quanto faz o Serviço que dirige.
Por sua vez as Administrações Hospitalares passarão a poder dispor de mais uma ferramenta de gestão, e as Autoridades de Saúde um instrumento de controlo estatístico que poderão fazer cruzar com a informação que já dispõem de outras fontes.
A própria Indústria de Dispositivos Médicos que fabrica, distribui e comercializa estes implantes ortopédicos passará a dispor de informação fidedigna sobre a sua real penetração e quota de mercado, facilitando a definição das suas estratégias comerciais.
Finalmente passaremos neste campo a aceder a “números” credíveis e deixar de ter de nos socorrer de estatísticas alheias “adaptadas” ou refugiar em estimativas mais ou menos fantasiosas: quantas Próteses da Anca se fazem por ano? e quantas Próteses do Joelho?. Qual a taxa de revisão destas próteses? E qual a taxa de luxação ou de infecção?. Qual a sua sobrevida média? .
Estas são também algumas das interrogações a que poderemos dar resposta. |
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